Descrição

Apresentação dos conceitos de metodologia ativa, bem como suas estratégias, seus métodos e suas relações com as tecnologias.

PROPÓSITO

Compreender os fundamentos das metodologias ativas, identificando estratégias de aprendizagem ativa e recursos tecnológicos que as viabilizam.

OBJETIVOS

Módulo 1

Discutir conceitos e princípios das metodologias ativas de aprendizagem

Módulo 2

Identificar estratégias e métodos ativos de aprendizagem

Módulo 3

Reconhecer estratégias e ferramentas tecnológicas facilitadoras da aprendizagem ativa

Fonte: Solis Images | Shutterstock

Introdução

As metodologias ativas são abordagens, estratégias e técnicas de aprendizagem individual e colaborativa que engajam os alunos enquanto realizam atividades pedagógicas e desenvolvem projetos que articulam teoria e prática. Constituem alternativas que colocam o foco do processo de ensino no aprendiz, envolvendo-o na aprendizagem por descoberta, por investigação ou resolução de problemas. A ênfase é dada ao protagonismo de quem aprende, ao seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo − experimentando, desenhando e criando sob a orientação do professor.

Neste tema, conheceremos algumas abordagens pedagógicas, teorias de aprendizagem e alguns princípios que fundamentam a adoção de metodologias ativas. Analisaremos estratégias e métodos que podem ser aplicados em sala de aula, ambientes digitais e nas organizações, entre outros espaços de aprendizagem ativa. Por fim, exploraremos as tecnologias digitais de suporte para adoção de metodologias ativas e elegeremos algumas delas para compor o desenho de um curso, uma disciplina ou aula em diferentes ambientes educativos (presenciais, online ou híbridos). 

MÓDULO 1


Discutir conceitos e princípios das metodologias ativas de aprendizagem

Fonte: Goodluz | Shutterstock

Modelo pedagógico

Nas referências pedagógicas, encontramos diferentes perspectivas que explicam como o fenômeno da aprendizagem humana ocorre. Entretanto, alguns estudos defendem a implementação de metodologias ativas na educação básica, superior e continuada, fundamentadas em abordagens pedagógicas que influenciam a forma como um curso ou uma disciplina são concebidos, organizados e vivenciados pelos alunos e professores.

Cada professor adota um modelo, que é o modo como ele conduz as suas ações na prática pedagógica. Podemos dizer que o modelo pedagógico é a forma pessoal de ensino adotada pelo docente. É como ele determina as suas finalidades educacionais, os objetivos de aprendizagem e os meios que utilizará para atingi-los.

Esses modelos são construídos, geralmente, a partir de recortes pessoais de determinadas abordagens ou teorias de aprendizagem. O modelo pedagógico pode ser visto, portanto, como um “recorte multidimensional”, que traz em seu cerne um elemento denominado de “Arquitetura Pedagógica” (AP), conforme apresenta Behar (2009). Essa arquitetura pedagógica é composta pelos seguintes aspectos:

Arraste para os lados. Arraste para os lados.
Organizacional

Refere-se ao planejamento das ações pedagógicas, como os objetivos do processo de ensino/aprendizagem, o cronograma/período e o espaço. Enfim, refere-se ao plano de ensino de uma disciplina, aula ou de um curso.

Conteúdo

Refere-se à seleção do que será trabalhado, como o tema, os conceitos e as competências a serem desenvolvidas.

Metodológico

Refere-se à forma ou ao método por meio do qual será conduzido o currículo, ou seja, como os conteúdos programáticos serão organizados e trabalhados para que o aluno aprenda. Refere-se à organização de sequências didáticas, de comunicação, de interação e conexão entre os sujeitos do processo de ensino/aprendizagem (professor e alunos).

Tecnológico

Refere-se à seleção de recursos para trabalhar com os conteúdos planejados, que precisam estar coerentes com a proposta pedagógica adotada.

Todos esses aspectos precisam ser concebidos de forma bem articulada e integrada para que a concepção da proposta educacional seja coesa. As estratégias de aplicação da AP referem-se ao modo como o professor coloca em prática o modelo pedagógico, ou seja, como adota e articula as técnicas de ensino em suas aulas para atingir os objetivos de aprendizagem.

Quando pensamos em adotar as metodologias ativas de aprendizagem, torna-se necessário conhecer os fundamentos que embasam seu uso para que possamos conceber modelos pedagógicos centrados na aprendizagem dos alunos, não no ensino.

Abordagens pedagógicas e teorias de aprendizagem em metodologias ativas

Como principais teorias que embasam o uso das metodologias ativas na aprendizagem, temos:

Cognitivismo

No processo de aprendizagem, a estrutura cognitiva é tida como a organização e a integração de conteúdos de suas ideias em uma área reservada de conhecimento, resultando na aprendizagem. De uma maneira mais simples, podemos dizer que cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda a informação captada por intermédio dos cinco sentidos.

Como teorias cognitivistas que embasam as metodologias ativas, temos a Aprendizagem Significativa, de David Ausubel e a Teoria da Cognição Situada, de Lave e Wenger.

Aprendizagem Significativa

Tem menos a ver com o que os alunos fazem e mais com o que eles sabem e como adquirem esse saber. Nela, os novos conhecimentos devem se relacionar de forma significativa com as informações ou o conhecimento prévio do aluno.

David Ausubel

Psicólogo da educação e pesquisador norte-americano. Ausubel (1918-2008) entendia que a maior influência no aprendizado do aluno é exatamente aquilo que ele já conhece.

Teoria da Cognição Situada

Baseada na compreensão de que o conhecimento é distribuído socialmente, enfatizando o contexto social da aprendizagem. Esse contexto deverá ser muito próximo da situação ou experiência na qual o aluno usará o conhecimento.

Lave

Antropóloga social norte-americana e professora emérita da Universidade de Berkeley, Califórnia.

Wenger

Etienne Wenger é um teórico da educação suíço.

Construtivismo

Constitui-se pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais por força de sua atividade e não por qualquer dotação prévia. Desenvolvida pelo biólogo e psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), a ciência da Epistemologia Genética, entendida como estudo dos mecanismos de formação do conhecimento, é caracterizada como uma visão interacionista do desenvolvimento e propunha, antes mesmo da metade do século XX, um ensino no qual:

  • O aluno é o centro do processo de aprendizagem; o nível de amadurecimento de cada estudante é respeitado;
  • O ensino é visto como processo dinâmico, no qual o aluno interage, e não estático, como acontece com frequência em métodos pedagógicos tradicionais;
  • O aprendizado é construído gradualmente, e cada novo conhecimento é aprendido a partir de conceitos anteriores;
  • O conhecimento não é visto como a única verdade possível ou como uma versão exata da realidade.

Jean Piaget e a Teoria da Epistemologia Genética são os representantes da abordagem construtivista que embasa as metodologias ativas.

Conhecimento

Daí o termo “epistemológica”: epistemo = conhecimento; logia = estudo.

Socioconstrutivismo

A grande referência do socioconstrutivismo é o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934), que defende como ponto central dessa abordagem a concepção de que a aprendizagem e o desenvolvimento humano são produtos da interação social. Para Vygotsky, a natureza humana só pode ser entendida quando se leva em conta o desenvolvimento sociocultural dos indivíduos. Não existe um indivíduo crescendo fora de um ambiente cultural, e o papel da linguagem é fundamental nesse processo.

Como teorias socioconstrutivistas que embasam as metodologias ativas, temos a teoria sócio-histórica (ou sociointeracionista), de Vygotsky, a Abordagem Sociocultural, de Paulo Freire (1921-1997) e a Teoria da Aprendizagem Experimental, de John Dewey (1859-1952) e David Kolb (1939-).

Abordagem Sociocultural

Na abordagem sociocultural de Paulo Freire, a educação não está restrita às situações formais de ensino e aprendizagem, mas se torna bem mais ampla. A Ciência e o conhecimento são vistos como produtos históricos e culturais. Nessa concepção, o aluno é o sujeito de sua educação, devendo interagir de forma crítica com o mundo a fim de também transformá-lo.

Paulo Freire (1921-1997):

Educador e filósofo brasileiro de fama internacional e um dos principais influenciadores da Pedagogia.

Teoria da Aprendizagem Experimental

O conceito de aprendizagem experimental ou experiencial pode ser entendido como “aprender fazendo”, o que atualmente se costuma chamar de “mão na massa”.

John Dewey (1859-1952)

Filósofo norte-americano conhecido pela sua filosofia pragmatista e sua ligação com o progressismo estadunidense. Foi professor nas Universidades de Michigan, Minnesota, Chicago e Columbia. Escreveu sobre filosofia, psicologia, política e educação, entre outros temas. As ideias de John Dewey inspiraram no Brasil o surgimento do movimento denominado Escola Nova, liderado pelo educador brasileiro Anísio Teixeira.

David Kolb

Psicólogo norte-americano e teórico da educação com mestrado e doutorado em educação pela Universidade de Harvard. Foi professor no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e na Case Western Reserve University, onde se aposentou em 2012, tornando-se professor emérito. Kolb é o fundador do Experience Learning Based Systems (EBLS), que desenvolve atividades, exercícios, questionários e outros recursos voltados para aprendizagem experiencial. Entre outros assuntos, Kolb é um estudioso dos estilos de aprendizagem, da educação corporativa e profissional.

Conectivismo

Criada por George Siemens, apresenta como pressuposto que as teorias de aprendizagem existentes no início do século XXI não são suficientes para compreender as características do aprendiz moderno em face das novas realidades de desenvolvimento tecnológico e da sociedade organizada em rede. O conhecimento na sociedade atual é um processo complexo, dinâmico e contínuo que envolve uma série de etapas preparatórias e o desenvolvimento de metacompetências. A abordagem metodológica proposta por Siemens é o aprendizado por toda a vida, dentro e fora da escola. Ocorre pelas conexões entre conteúdos variados (especialmente acessíveis em ambientes digitais) e pelas experiências de vida. É uma rede em construção contínua, passando por mudanças e transformações que a vão reconfigurando.

Temos como representante da teoria conectivista os estudos de George Siemens.

George Siemens

Escritor, teórico e professor canadense muito interessado nos processos de aprendizagem nos meios digitais.

Princípios das metodologias ativas de aprendizagem

Enquanto na educação tradicional o foco é a transmissão de informações e o professor é o protagonista, nas metodologias ativas os estudantes ocupam o centro das ações educativas e o conhecimento é construído colaborativamente.

Torna-se fundamental, ao se trabalhar com metodologias ativas, elaborar uma arquitetura pedagógica (AP) que contemple situações de aprendizagem nas quais os alunos tenham condições de criar e de refletir sobre sua atividade. Eles devem ser capazes de conceituar o que fazem, de construir conhecimentos sobre os conteúdos relacionados com suas atividades. Segundo Moran (2018), devem, ainda, desenvolver a capacidade crítica, refletir sobre suas práticas, dar e receber feedbacks, aprender a se relacionar com colegas e professores e explorar atitudes e valores pessoais.

Método tradicional

  • Apresenta-se inicialmente a teoria e depois a interpretação e a ação; o ensino centrado no aluno partirá da ação para a reflexão e a conceitualização. De acordo com Moran (2018), nesse percurso há uma “migração” do ensinar para o aprender, o desvio do foco do docente para o aluno, que assume a corresponsabilidade pelo seu aprendizado.
  • Foco no ensino.

Vejamos o exemplo!

Clique nas setas para ver o conteúdo. Objeto com interação.

CONCEITO

INTERPRETAÇÃO

AÇÃO

Metodologias ativas

  • Dão ênfase ao envolvimento direto, participativo e reflexivo do aluno em todas as etapas do processo, sob a orientação do professor.
  • Foco na aprendizagem.

Vejamos o exemplo!

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AÇÃO

REFLEXÃO

CONCEITO

O quadro a seguir expressa a configuração dos princípios essenciais das metodologias ativas:

Clique nas informações a seguir. Clique nas informações a seguir.

PROTAGONISMO

O uso de metodologias ativas para promover a aprendizagem prevê que o aprendiz assuma o papel de protagonista e que seja autônomo para construir novos conhecimentos e resolver problemas complexos.

REFLEXÃO E AÇÃO

O aprendiz se envolve em atividades fundamentais para a sua aprendizagem, enquanto reflete sobre o que aprendeu.

COLABORAÇÃO

A produção colaborativa de conhecimentos propiciada na aprendizagem ativa permite que grupos de alunos desenvolvam projetos, discutam diferentes pontos de vista, vivenciem experiências, compartilhem os resultados de sua produção dentre outros aspectos que enriquecem a construção de saberes.

Segundo Bacich e Moran (2018), planejar um programa, uma disciplina, uma aula ou um curso fundamentado em metodologias ativas requer pensar em como se aprende. É certo que as pessoas não aprendem todas da mesma forma, no mesmo ritmo e ao mesmo tempo. A aprendizagem é um processo complexo que pode ocorrer de diversas formas.

A adoção de metodologias ativas é considerada uma forma de pensar a educação sob uma nova perspectiva: uma educação inovadora e disruptiva, que engaja os alunos no processo, contribuindo para uma aprendizagem mais personalizada, que respeita o modo e o ritmo de cada indivíduo. Isso significa redesenhar as formas de ensinar e aprender, a organização dos ambientes educacionais e o próprio currículo.

Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre os principais fundamentos teóricos, ou conceitos, que embasam as metodologias ativas.

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MÓDULO 2


Identificar estratégias e métodos ativos de aprendizagem

Fonte: Fizkes | Shutterstock

A aplicação de metodologias ativas é ampla e pode variar de acordo com o nível de protagonismo assumido pelo estudante. Ou seja, dependendo da atividade, estratégia ou tendência proposta, o aluno assume diferentes papéis − simples ou complexos −, provocando um dinamismo em seu ensino.

A seguir, vamos conhecer algumas dessas estratégias e selecionar aquelas que podem compor o planejamento de um curso, uma disciplina ou aula, ou que possam ser aplicadas em um contexto real de sua escolha.

Fonte: Metamorworks | Shutterstock

Competências do século XXI e metodologias ativas

Usar estratégias ativas visando a promover uma educação inovadora aponta para a possibilidade de transformar o ensino em experiências de aprendizagem mais significativas, coerentes com as demandas de formar as pessoas para fazer a diferença na sociedade digital contemporânea.

Como as metodologias ativas podem ajudar os educadores nessa missão?

  • Ensino centrado no aluno.
  • Desenvolvimento de competências com base na aprendizagem ativa, colaborativa e na interdisciplinaridade.

Mas o que é competência? Competência compreende:

  • Os conhecimentos (aquilo que uma pessoa sabe);
  • As habilidades (o que a pessoa sabe fazer);
  • As atitudes (o saber ser).

Desde o final dos anos 1990, muitos pesquisadores e educadores vêm se debruçando sobre questões que permeiam a formação dos cidadãos e profissionais para bem viver e produzir num mundo em constantes mudanças, de tal modo que esses profissionais estejam aptos para atuar em setores e mercados que ainda não existem atualmente.

Alguns pesquisadores e teóricos buscaram respostas a partir da proposição de competências fundamentais que devem ser desenvolvidas para o sucesso em um mundo profissional incerto e desafiador. São as chamadas “competências para o século XXI”.

Dentre as muitas perspectivas teóricas que discutem quais são as competências necessárias atualmente, elegemos as apontadas pelo especialista em educação Tony Wagner, professor da Escola de Educação da Universidade de Harvard.

Segundo Wagner (2010), as competências essenciais para o século XXI são:

Fonte: Adaptado de Wagner (2010)

Para Filatro e Cavalcanti (2018), as competências propostas por Wagner estão alinhadas com a concepção do uso de metodologias ativas em contextos educacionais e formativos, podendo ser adotadas para desenvolver as competências essenciais do século XXI.

Atenção

Partindo do pressuposto de que não há uma única forma de aprender e, por consequência, não há uma única forma de ensinar, as estratégias ativas permitem que estudantes e profissionais desenvolvam essas competências.

Como a aplicação de metodologias ativas é ampla e pode ser diversa de acordo com o nível de protagonismo assumido pelo estudante, do mais simples ao mais complexo, organizamos algumas técnicas e estratégias que apresentaremos a seguir. Selecionamos aquelas consideradas de maior potencial inovador, pois promovem a ação-reflexão e permitem variações e adaptações a diferentes estilos de aprendizagem.

Fonte: Hananeko_Studio | Shutterstock

Abordagens e estratégias para a aprendizagem ativa

Sala de aula invertida

Este é um modelo ativo de aprendizagem que faz todo o sentido num mundo conectado, móvel e digital. Bergmann e Sams (2017) foram os pioneiros da sala de aula invertida (Flipped Classroom) ao gravarem suas aulas conceituais e disponibilizá-las às suas turmas da Woodland Park High School (uma escola de ensino médio no Colorado, EUA). O objetivo dos professores era oferecer as videoaulas como material de estudo prévio, permitindo que cada aluno tivesse acesso às informações iniciais sobre um tema ou problema, de forma flexível e personalizada, pois eles poderiam assistir às aulas nos seus ritmos, quantas vezes quisessem, solicitando a colaboração dos colegas e pais, se necessário.

A aprendizagem invertida transfere para o digital uma parte do que era explicado em aula pelo professor. Os estudantes acessam materiais, fazem pesquisas no seu próprio ritmo e como preparação para a realização de atividades de aprofundamento, debate e aplicação – predominantemente em grupo − feitas na sala de aula presencial, com orientação docente (BERGMANN e SAMS, 2016).

Há muitas estratégias que podem ser adotadas nessa abordagem, além das videoaulas. Vejamos:

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O professor pode pedir para que o aluno faça uma pesquisa sobre determinado tema/conceito, assista a um vídeo, a uma animação, leia um texto/artigo, acesse informações disponíveis na internet ou na biblioteca escolar. O livro Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem, de Bergmann e Sams (2017), oferece uma série de experiências de técnicas para o uso e a implementação dessa estratégia.


Em seguida a essa primeira etapa, é importante que seja feita uma avaliação diagnóstica para verificar o que a turma compreendeu daquele tema. Uma rápida avaliação, com três ou quatro questões sobre o assunto que permita ao professor ter uma visão geral do que foi aprendido e os pontos nos quais os alunos necessitam de ajuda.

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Em sala de aula, o professor orienta aqueles que ainda não adquiriram o básico para que possam avançar. Ao mesmo tempo, oferece problemas mais complexos a quem já domina o essencial, agrupa os alunos em pares para que discutam os assuntos previamente estudados (os que tiveram maior compreensão podem discutir e explicar os assuntos aos alunos com menor compreensão do tema).

Atenção

Podemos dizer, portanto, que a inversão se refere à mudança da prática exercida no ensino tradicional, em que a sala de aula serve para o professor transmitir informação ao aluno que, após a exposição do tema/conteúdo, deve estudar o assunto exposto e realizar alguma atividade de avaliação para mostrar que esse conteúdo foi assimilado.

Na abordagem invertida, o aluno estuda antes da aula, e esta se torna o lugar de aprendizagem ativa, onde há perguntas, discussões e atividades práticas.

Como pontos positivos na inversão da aula, temos:

  • A personalização e individualização da aprendizagem;
  • O uso de diversas linguagens (textos, vídeos, áudios, entre outros) que são mais coerentes com os alunos (usuários de diversos recursos digitais; sujeitos conectados com as mídias);
  • Maior interação do professor com os alunos (o professor passa a circular na sala de aula);
  • Uso de um “programa reverso de aprendizagem para o domínio”, no qual os alunos progridem dentro do seu próprio ritmo. (BERGMANN e SAMS, 2017)

A sala de aula invertida tem sido implantada tanto na educação básica quanto no ensino superior. Ela possibilita o desenvolvimento das competências do século XXI, uma vez que promove o protagonismo e a proatividade do aluno, exercitando sua curiosidade e imaginação, colaboração, acesso a informações, análise e reflexão e, finalmente, contribui para trabalhar de forma mais significativa o conhecimento (VALENTE, 2014).


As regras básicas para essa inversão, de acordo com o relatório Flipped Classroom Field Guide (2014), são:

Clique nas figuras abaixo. Objeto com interação.

As atividades em sala de aula devem envolver uma quantidade significativa de questionamento, resolução de problemas e de outras atividades de aprendizagem ativa, obrigando o aluno a recuperar, aplicar e ampliar o material aprendido online.

Os alunos devem receber feedback imediatamente após a realização das atividades presenciais.

Os alunos precisam ser incentivados a participar das atividades online e presenciais, sendo computadas na avaliação formal do aluno, ou seja, devem valer nota.

Tanto o material a ser utilizado online quanto os ambientes de aprendizagem em sala de aula devem ser altamente estruturados e bem planejados.

O tipo de material ou atividade que o aluno realiza virtualmente e na sala de aula varia de acordo com a proposta a ser implantada, criando diferentes possibilidades para essa abordagem pedagógica.

Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP)

A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é uma metodologia ativa capaz de atender às novas demandas da educação, sendo considerada como uma das estratégias de ensino e aprendizagem mais apropriadas para o século XXI.

A ABP pode ajudar a criar um ambiente em que professores e alunos “formam uma comunidade de aprendizagem poderosa focada na realização, no autodomínio e na contribuição para a comunidade”. A ABP, assim como qualquer outro método de ensino, pode ser utilizada de maneira efetiva ou não. Caberá ao professor saber destacar ideias centrais e questões focais em seu programa de ensino para criar atividades envolventes e instigantes na sala de aula, promovendo uma aprendizagem autônoma entre os alunos, o que a ABP é capaz de favorecer (BIE, 2018).


A proposta metodológica da ABP é reafirmada por Bender (2014) quando esclarece que ela “envolve uma mudança para a aprendizagem centrada no aluno, baseada em questões e problemas autênticos e envolventes”, além do uso crescente dos recursos tecnológicos digitais no processo de ensino-aprendizagem.

Ainda segundo o autor, a ABP envolve uma abordagem diferente de ensino quando comparada à sala de aula tradicional. Ao trabalhar com a metodologia de projetos, os alunos assumem um papel muito mais ativo e participativo, além de possibilitar uma oportunidade para o ensino diferenciado, a aprendizagem de conteúdos e o desenvolvimento de competências.


A ABP segundo Moran (2018), é uma metodologia de aprendizagem em que os alunos se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que tenha ligação com sua vida fora da sala de aula. O autor aborda três níveis de desenvolvimento:

PROJETO CARACTERÍSTICA

Disciplinares

Desenvolvido no interior da disciplina.

Integradores

Desenvolvido interdisciplinarmente, integrando mais de uma disciplina, professores e áreas de conhecimento.

Transdisciplinares

Desenvolvido a partir de problemas ou projetos individuais ou grupais, superando o modelo disciplinar.

Quadro 2: Diferentes níveis de desenvolvimento de projetos/Fonte: Adaptado de Moran (2018)

O reconhecido educador brasileiro Paulo Freire (1996) defende que a autonomia é fator fundamental para o processo de aprendizagem e de formação humana. Indica que autonomia é a capacidade de uma pessoa agir por si mesma e de tomar decisões que refletem, posteriormente, em suas ações. Explica que a construção da autonomia deve ocorrer a partir de experiências estimuladoras que permitam a tomada de decisão e a possibilidade daquele que está em formação de assumir a responsabilidade por sua própria aprendizagem e prática. Assim, produz autoconfiança ao permitir que a pessoa que está sendo formada assuma um papel ativo no processo de aprender.

A ABP adota o princípio de aprendizagem colaborativa, baseada no trabalho coletivo. Viabiliza a construção da autonomia, tomada de decisão, promove o protagonismo e o engajamento dos alunos de forma mais significativa e profunda. É uma das estratégias que pode desencadear processos disruptivos e inovadores em contextos educacionais.

Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL = Problem-based Learning)

A aprendizagem baseada em problemas (ABP ou PBL) surgiu na década de 1960 na Universidade McMaster, Canadá, e em Maastricht, na Holanda, inicialmente nos cursos das Escolas de Medicina. Atualmente, tem sido utilizada em várias outras áreas do conhecimento (MORAN, 2018).


A PBL toma como base os princípios da escola ativa, dos procedimentos do método científico, de um ensino integrado e integrador dos conteúdos, dos ciclos de estudo e das diferentes áreas envolvidas, levando o aluno a “aprender a aprender” e a desenvolver competências para resolver futuros problemas na sua vida profissional. Num sentido mais abrangente, propõe uma matriz curricular não disciplinar ou transdisciplinar, organizada por temas, competências e problemas diferentes, em níveis de complexidade crescentes, em vez de organizada rigidamente a partir de disciplinas (MORAN, 2018).


Tem sido muito utilizada para estruturar todo o currículo de cursos de ensino superior e para moldar projetos na educação corporativa (FILATRO e CAVALCANTI, 2018).

Como proposta de reestruturação curricular, a PBL objetiva a integração de disciplinas privilegiando a pratica (BERBEL, 1998). Para isso:

São selecionadas situações que o aluno deverá saber/dominar, considerando o tipo de organização curricular

Essas situações são analisadas para que se determine quais conhecimentos o aluno deverá ter e mobilizar para cada uma delas

O tema/problema apresentado deve incentivar o levantamento de hipóteses

Objetivos serão traçados para serem mais bem estudados

Pesquisas e estudos serão propostos

Nova discussão em grupo será feita para síntese e aplicação do novo conhecimento

Atenção

A PBL pode ocorrer de forma individual (o aluno trabalha sozinho) ou em grupo. Quando a atividade é realizada em grupo, há oportunidade de desenvolver mais competências, como interagir com o outro, aprender a ouvir, partilhar ideias, aceitar e assimilar críticas, colaborar, comunicar-se oralmente, desempenhar ações de liderança, entre outras.

Peer Instruction

Peer Instruction (Instrução por Pares) é uma metodologia ativa que consiste em uma mudança na relação aluno-professor e aluno-aluno. Desenvolvida pelo físico e educador holandês Eric Mazur no início dos anos 1990, na disciplina de Física Básica na Universidade de Harvard, a técnica ganhou projeção e reconhecimento internacional. As pesquisas realizadas por Mazur e sua equipe passaram a ser utilizadas em muitas instituições escolares e acadêmicas, em diferentes áreas do conhecimento.

A metodologia combina a aula invertida e a aprendizagem em grupo. Consiste na utilização do espaço da sala de aula para explorar o conteúdo por meio do diálogo e de questionamentos que surgem de forma individual ou coletiva. Para isso, o aluno deve ter contato com o tema antes do período de aula. Ele deve ser incentivado a realizar a leitura do conteúdo de maneira autônoma para desenvolver habilidades interpretativas, criativas e críticas. A partir daí, o próprio material ganha relevância e maior significado na medida em que, na sala de aula, surgem diferentes perspectivas e questões que provavelmente o professor, em seu planejamento, não teria optado em abordar.


Assim, o método consiste em uma série de procedimentos que se iniciam antes da aula. Diante disso, para haver sucesso nessa metodologia em qualquer contexto educativo, é necessário o professor iniciar sua disciplina dialogando com os alunos sobre metodologias ativas de aprendizagem e apresentando a proposta de instrução por pares, seus objetivos e suas estratégias de avaliação.


Atualmente, a aplicação da metodologia se diversificou muito, mas as etapas do método em linhas gerais são:

1. Indicação do conteúdo

O professor indica o conteúdo e o material de referência a serem abordados em sala de aula (manuais, livros didáticos e textos relevantes à área de estudos).

2. Leitura Prévia

Estudo prévio do conteúdo/tema pelos alunos

3. Exposição do conteúdo

Em aula, o professor faz uma breve exposição oral do assunto, dando ênfase a questões conceituais centrais à compreensão do conteúdo.

4. Teste conceitual

O professor propõe uma questão para os alunos responderem individualmente fazendo uso do método Polling (essa atividade pode ser realizada usando aplicativos como Kahoot, Socrative, Mentimeter, Google Forms, ou mesmo utilizando cartões físicos com alternativas de respostas quando não for possível ou conveniente conexão com a internet).

5. Formulação individual

Os alunos refletem sobre as questões e respondem individualmente.

6. Avaliação das respostas

Os alunos apresentam as respostas. A partir dos resultados, o professor deve avaliar se é possível seguir o conteúdo ou se os alunos devem interagir com a finalidade de formular novas respostas.

7. Discussão entre pares

Se o número de acertos for inferior a 35%, o professor deve repetir a explicação; se a média de acerto estiver entre 35% a 70%, então se propõe a discussão da questão entre pares, objetivando chegar a consensos sobre quais seriam as respostas corretas.

8. Teste conceitual

O professor aplica o teste conceitual novamente, como forma de avaliar se os alunos chegaram a uma melhor compreensão do conteúdo a partir da interação com os colegas.

9. Avaliação das respostas

O professor analisa o resultado junto com os estudantes: se o resultado for superior a 70%, ele pode fazer uma síntese da resposta e seguir para um novo conteúdo. Se ainda for inferior a 70%, precisará propor uma nova questão conceitual do tema discutido.

Saiba mais

Polling é um método pelo qual os dados estatísticos podem ser coletados de um grupo de pessoas. A pesquisa pode ser usada para determinar a opinião popular e pode influenciar, moldar ou guiar os processos de tomada de decisão. Também permite que outras pessoas vejam uma análise estatística das respostas.

Como usar o polling? Para reunir dados dos participantes, é necessário criar uma pesquisa. Há uma variedade de ferramentas online gratuitas que podem ser usadas para criar enquetes e coletar respostas. Por exemplo, há uma ferramenta chamada Polls, que pode ser usada para coletar dados de participantes em um curso ou site do projeto.

A instrução por pares ajuda a promover uma aula dinâmica e engajadora, com a exposição do conteúdo e a aplicação dos testes ocorrendo em um período curto. O importante nessa metodologia é a combinação da estratégia da aula invertida com aprendizagem em grupo, valendo-se de discussões, dinâmicas ou atividades para aprender ativamente, sempre com a orientação e supervisão do professor.

Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre a explicação e exemplificação sobre alguns métodos ativos de aprendizagem.

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MÓDULO 3


Reconhecer estratégias e ferramentas tecnológicas facilitadoras da aprendizagem ativa

Fonte: Somkid Thongdee | Shutterstock

Vamos verificar, neste módulo, como as tecnologias digitais podem apoiar a adoção de metodologias ativas, apresentando diferentes grupos de tecnologias e alguns exemplos de como podem apoiar a aprendizagem ativa.

Recursos tecnológicos e aprendizagem ativa

Incorporar as tecnologias sem aliá-las às inovações pedagógicas em contextos educativos não resultará em melhorias educacionais. O uso efetivo das tecnologias para uma aprendizagem mais significativa e engajadora deve estar associada às estratégias ativas.

Atualmente, podemos aprender em múltiplos espaços − tanto físicos quanto digitais −, sozinhos e em grupo, de modo formal ou informalmente, usando e explorando diferentes recursos, caminhos e métodos. A variedade de estratégicas metodológicas a serem adotadas no planejamento das aulas deve estimular nossa reflexão sobre novas maneiras de ensinar e aprender.

Vamos refletir!

Como colocar em prática essas estratégias de modo a tornar o processo de aprendizagem dos alunos mais ativo, engajador e significativo?

Muitos são os pesquisadores que estudam e investigam as possibilidades do uso das tecnologias como suporte para as metodologias ativas, divulgando experiências e projetos de instituições com diferentes propostas de aprendizagem ativa personalizada com apoio de tecnologias digitais. Essas pesquisas discutem as potencialidades que as tecnologias têm para enriquecer o processo de aprendizagem, devido às características de mobilidade e conectividade que possuem.

As tecnologias móveis, conectadas, leves, ubíquas são o motor e a expressão do dinamismo transformador, da aprendizagem social por compartilhamento, da aprendizagem por design, das tentativas constantes de aperfeiçoamento e de introdução de novos produtos, processos e relações [...].

(MORAN, 2018)

Existe uma tendência na área de tecnologia educacional em agrupar as mídias em grandes categorias, de acordo com as diferentes aplicações na educação. São elas:

Clique nas barras para ver as informações. Objeto com interação.
Tecnologias distributivas

Disponibilizam o conteúdo de um para muitos, ou seja, preveem a utilização dentro de uma proposta mais tradicional, com o sujeito em uma posição passiva, de receptor da informação. São as tecnologias empregadas quando o objetivo é distribuir informação e conteúdo, como o rádio, a televisão e as plataformas ou os aplicativos de podcast. Seu uso acaba privilegiando a transmissão do conhecimento, por isso elas devem ser integradas a outras tecnologias mais interativas.

Tecnologias interativas imersivas

Disponibilizam o conteúdo de um para um, isto é, prevê um aluno mais ativo, que interage com a tecnologia e que aprende por meio dela, mas de forma isolada. São as tecnologias adotadas quando o objetivo for desenvolver habilidades. Como exemplo, temos os multimídias interativos com exploração individual e com feedbacks, jogos eletrônicos, simuladores, óculos de realidade virtual ou aumentada. São modelos de atividades nas quais o aluno está interagindo sozinho com os conteúdos disponíveis no espaço virtual.

Tecnologias colaborativas

Disponibilizam o conteúdo de muitos para muitos, ou seja, preveem a participação do aluno e sua interação com outras pessoas. São as tecnologias usadas quando o objetivo é que os sujeitos formem outros esquemas mentais, aprendam e trabalhem de forma colaborativa, produzindo coletivamente. São exemplos dessas tecnologias: fórum de discussão, chats, aplicativos de comunicação, editores colaborativos de textos, planilhas, apresentações e redes sociais.

Tecnologias analíticas

Coletam, tratam e transformam dados relativos à aprendizagem humana em gráficos, possibilitando a análise desses dados, "apoiando assim a tomada de decisões de professores, especialistas, designers instrucionais, gestores" (FILATRO e CAVALCANTI, 2018) para propor percursos de aprendizagem adaptativos. Como exemplo temos: mineração de dados educacionais (educational data mining), Big data, analítica da aprendizagem (learning analytics), analítica acadêmica/institucional (academic/institucional analytics), dentre outras.

Fonte: Nattakorn_Maneerat | Shutterstock

Variedade de tecnologias de apoio

As tecnologias de apoio ampliam as possibilidades de o aluno ter acesso a recursos de aprendizagem e conteúdos relevantes disponibilizados em diversas mídias e formatos.

As tecnologias digitais permitem a interação e o aprendizado de grupos de estudantes em diferentes locais, cidades e até mesmo países, rompendo barreiras de tempo e espaço. Além disso, algumas dessas tecnologias levam o aluno a conhecer e explorar virtualmente localidades, instituições e experiências às quais dificilmente teria acesso se não fosse o recurso digital, como a visita virtual a vários museus.

Atualmente, há uma multiplicidade de recursos tecnológicos disponíveis na internet, muitos deles com acesso gratuito para educadores, podendo ser utilizados para promover a aprendizagem, estimular o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento de competências.

Dica

Uma possibilidade muito interessante de adoção das metodologias ativas com suporte das tecnologias está relacionada com a sala de aula invertida (Flipped Classroom). O material utilizado pelos alunos antes das aulas geralmente é postado num ambiente virtual − em plataformas, redes sociais ou mesmo num site ou blog criado pelo professor para sua turma de alunos. Embora os vídeos sejam os recursos mais utilizados, há também podcasts, animações, textos, apresentações gráficas, jogos com feedback, entre outros, que podem ser utilizados nessa estratégia ativa de aprendizagem.

Como vimos anteriormente, é recomendável que o aluno, após ter acessado o conteúdo, tenha oportunidade de responder a um questionário (quiz), que o professor pode deixar preparado no ambiente virtual. Na internet, é possível encontrar diferentes programas ou ferramentas gratuitas para criar questionários online.

Podemos perceber, portanto, que esse modelo de ensino utiliza bastante os recursos das tecnologias digitais.

Vamos refletir!

Quais tecnologias podem apoiar adequadamente a adoção da sala de aula invertida?

O uso dos recursos tecnológicos aliado às metodologias ativas deve ser criterioso e atender aos objetivos de aprendizagem. Por isso, vale lembrar a classificação proposta por Benjamin Bloom (1913-1999), conhecida como Taxonomia de Bloom, apoiada em três domínios de aprendizagem: domínio cognitivo (reconhecimento da informação e desenvolvimento de compreensão e habilidades intelectuais); domínio psicomotor (movimento físico e uso de habilidades motoras) e domínio afetivo (modo de lidar com sentimentos e emoções).

Benjamin Bloom (1913-1999)

Psicólogo e pedagogo norte-americano que se dedicou à pesquisa na área da psicologia educacional. Foi um dos fundadores da Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) e desenvolveu o programa MESA (Mediação, Avaliação e Análise Estatística), voltado para crianças em idade escolar. Bloom foi professor na Universidade de Chicago e atuou como consultor educacional junto a governos de vários países, como Israel e Índia.

Vamos destacar aqui somente o domínio cognitivo para identificar as seis habilidades ou processos cognitivos, que podem ser expressos por meio dos seguintes verbos:

MEMORIZAR

COMPREENDER

APLICAR

ANALISAR

AVALIAR

CRIAR

A partir dessas habilidades cognitivas, propomos a seguir um quadro que relaciona alguns recursos digitais com objetivos de aprendizagem, conforme a Taxonomia de Bloom:

Esse quadro ilustra algumas possibilidades de uso dos recursos tecnológicos a partir dos objetivos de aprendizagem que definimos para as atividades pedagógicas ou os métodos ativos. Essas tecnologias móveis podem contribuir para dinamizar e transformar os processos educacionais, desde que utilizadas de forma planejada, crítica e criativa.

Ferramentas que viabilizam o compartilhamento de ideias, reflexão e conhecimento são a expressão da aprendizagem social, por design, do aperfeiçoamento e da prototipação de novos produtos, processos e relações, podendo ajudar na adoção de diversas metodologias ativas.

Exemplo

Por exemplo, no caso da ABP (Aprendizagem Baseada em Projetos), podemos utilizar sites de busca (Google, Yahoo, Bing etc.) para as pesquisas, trabalhar com as plataformas de colaboração do Google Drive ou do Microsoft Teams para a construção coletiva do processo de desenvolvimento do projeto, como também podemos nos valer dos aplicativos Padlet, Jamboard, Powtoon, Animaker e Book Creator para produzir portfólios e o produto final do projeto.

Existe também uma variedade de recursos educacionais abertos, conhecidos pela sigla REA, disponíveis para todas as áreas do conhecimento, constituindo-se em excelentes ferramentas de apoio às metodologias ativas.

Recursos educacionais abertos

São materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, em qualquer suporte ou mídia, que estão sob domínio público, ou estão licenciados de maneira aberta, permitindo que sejam utilizados ou adaptados por terceiros.

No Brasil, você tem acesso a objetos de aprendizagem ou recursos educacionais abertos na Plataforma MEC de Recursos Educacionais Digitais.

De acordo com Moran (2018), a combinação de metodologias ativas com tecnologias digitais móveis é atualmente estratégia para a inovação pedagógica. Saber integrar os recursos digitais disponíveis na web nas atividades educativas deve fazer parte da prática pedagógica, sendo que é possível e conveniente priorizar a utilização de aplicativos e recursos gratuitos, online, colaborativos e sociais.


As tecnologias favorecem, portanto, as estratégias ativas de aprendizagem, possibilitando a pesquisa, a autoria, a comunicação verbal e escrita, o compartilhamento em rede, a publicação de produtos, a criatividade, a discussão em grupo, a construção coletiva de conhecimento. Ampliam as possibilidades de personalização do ensino, de compartilhamento de ideias, de conhecimento e informação e de design de experiências diferentes de aprendizagem, seja em ambientes presenciais, online ou híbridos.


As metodologias com tecnologias podem iniciar dentro de disciplinas isoladas, depois serem compartilhadas em projetos integradores interdisciplinares. O importante é criar experiências, formas inovadoras de ensino e aprendizagem, que possibilitem a autonomia intelectual dos alunos e permita o desenvolvimento das competências e habilidades do século XXI.

Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre recursos tecnológicos e metodologias ativas.

Verificando o aprendizado

ATENÇÃO!

Para desbloquear o próximo módulo, é necessário que você responda corretamente a uma das seguintes questões:

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Conclusão

Considerações Finais

Ao longo deste tema, vimos a importância de enfrentar os desafios educacionais por meio de novos modelos de ensino e aprendizagem. Pudemos perceber que as metodologias ativas não devem ser vistas como um modismo, mas como necessidade educacional na busca pelo protagonismo do aluno, baseadas em diferentes conceitos e teorias pedagógicas.

Compreendemos, ainda, como utilizar as tecnologias para apoiar a adoção de estratégias ativas. Além disso, identificamos diferentes grupos de recursos − com exemplos de integração entre as metodologias ativas, os objetivos de aprendizagem e as tecnologias digitais − que podem favorecer práticas pedagógicas inovadoras em ambientes de aprendizagem atuais.

Podcast

Agora, o professor Luiz Rafael Silva da Silva encerra o tema falando sobre Metodologias ativas na educação.

CONQUISTAS

Você atingiu os seguintes objetivos:

Discutiu conceitos e princípios das metodologias ativas de aprendizagem.

Identificou estratégias e métodos ativos de aprendizagem.

Reconheceu estratégias e ferramentas tecnológicas facilitadoras da aprendizagem ativa.